O YouTube é uma plataforma de vídeo, mas um bilhão de pessoas que acessam o serviço do Google estão mesmo interessadas em música (seja no consumo apenas de áudio ou áudio e vídeo), segundo dados da empresa. Então, nada mais natural do que a companhia usar sua principal marca para apresentar localmente o YouTube Music, uma plataforma de streaming de música, e o YouTube Premium (conhecido anteriormente como YouTube Red), um serviço de assinatura que engloba o YouTube Music e o uso do YouTube sem propagandas.
Os dois serviços estarão disponíveis no mercado brasileiro a partir desta terça-feira (25). Mais especificamente, a liberação do app de música para iPhone e Android começa por volta das 13h e deve atingir toda a base de usuários até o fim do dia.
O YouTube Music vai ter mensalidade de R$ 16,90, enquanto o YouTube Premium terá um custo de R$ 20,90 por mês.
YouTube Music
Sendo curto e grosso o YouTube Music é a plataforma que vai substituir em breve o Google Play Music e que conta com alguns recursos a mais. Por enquanto, o Play Music vai continuar, mas parece que não por muito tempo, pois a nova plataforma do YouTube tem funções similares e até formas de pagamento semelhantes.
Para começar, quem assina o Play Music poderá já usar o YouTube Music assim que o app for disponibilizado (relembrando que deve começar a ser liberado a partir das 13h, no horário de Brasília). Além disso, a nova plataforma do YouTube terá um plano familiar, que custará R$ 25,50/mês para até seis membros da família (maiores de 13 anos).
Como todo serviço de streaming pago, a pessoa que assinar o YouTube Music não ouvirá propagandas e poderá baixar as faixas e playlists. Como ter boa conexão é um problema para muita gente, a companhia diz que o recurso mixtape offline criará uma playlist automática de até 100 músicas que estarão disponíveis offline para você ouvir quando estiver desconectado.
O que talvez seja o principal diferencial do YouTube Music é a possibilidade ouvir músicas e vídeos musicais em segundo plano — como é sabido, atualmente o usuário precisar estar com a tela ativa.
O interessante é que não só álbuns e singles estarão disponíveis para ouvir. Vai ser possível ouvir remixes, apresentações ao vivo e covers de artistas que sobem esse tipo de conteúdo no YouTube.
Haverá ainda um componente de inteligência artificial e uma equipe de editores que fará sugestões de playlists e lançamentos personalizados. Durante a demonstração do YouTube Music para um grupo de jornalistas, foi feita uma busca do tipo “música deserto Anitta”, o que retornou o clipe “Sua Cara”, do Major Lazer, com participação de Anitta e Pablo Vittar.
Aqui, o YouTube simplesmente diz que fará uma busca baseada no contexto do clipe ou da canção. Fico curioso em saber se esse recurso conseguirá, por exemplo, reconhecer buscas do tipo: “clipe Michael Jackson jaqueta vermelha sinuca sem caçapa” ou “clipe Chico César chute criança“.
Ainda falando de truques do serviço, o YouTube Music, caso você informe em sua conta do Google onde você trabalha, poderá sugerir playlists específicas adequadas ao seu contexto. Então, se você estiver no escritório, a companhia promete sugerir músicas para ajudar na concentração e na produtividade. O mesmo pode ocorrer se você estiver na academia: os algoritmos da empresa vão mostrar músicas para se exercitar.
A parte de recomendação é uma das apostas da empresa. Segundo dados citados por Sandra Gimenez, chefe de música para a América Latina do YouTube, 80% das músicas ouvidas pelos usuários são fruto de recomendação – no Brasil, a média fica entre 65% e 70%.
Vai ser interessante ver se o YouTube Music vai pegar, uma vez que o Google Play Music, mesmo vindo embarcado nos smartphones Android, não me parece ser tão popular. Um levantamento de junho desse ano da Panorama Mobile Time/Opinion Box dizia que em ordem os serviços de streaming mais populares do país são Netflix, Spotify e Deezer, enquanto o YouTube estava entre os aplicativos que as pessoas mais posicionavam na tela inicial.
Para se dar bem, o YouTube parece apostar em sua marca e na quantidade gigantesca de pessoas que usam a plataforma diariamente para música. Some-se a isso a possibilidade de usar o YouTube Music sem pagar, mas com suporte a propagandas e sem a possibilidade de ouvir clipes em segundo plano – como ocorre no Spotify e na Deezer, por exemplo.
fonte: https://gizmodo.uol.com.br/youtube-music-brasil-youtube-premium/